Monday, March 27, 2006

ALMA DA PÁTRIA OU MESTIÇAGEM

Este tema foi objecto de discussão no conhecido Programa «Prós e Contras» da RTP, apresentado pela Dra Fátima Campos. Tive o prazer de fazer parte das 6 pessoas escolhidas para esse debate que, mesmo antes da sua realização, os lusófonos do Brasil, Índia, Macau, Angola, Moçambique e outras partes do mundo, com «alma lusa» estiveram atentos a esse Programa. Naturalmente, pertence aos telespectadores avaliar como decorreu essa conversa.
Gostei do tema, mas não sei se entre nós, em Portugal, temos consciência deste fenómeno chamado «portugalidade», fenómeno esse que ultrapassa os limites do nosso território e da nossa Bandeira, do nosso Hino Nacional e mesmo da nossa Língua...! Algo inexplicável que leva um singalês no Ceilão, na Tailândia, na Índia, mesmo fora de Goa, Damão e Diu, e noutra partes do mundo a considerar-se «português»... O que é este SER-se e SENTIR-se português? Podemos querer tentar explicar, mas SÓ e SOMENTE esses irmãos e irmãs que vivem milhares de quilómetros distantes de nós, hoje e há alguns séculos, sem grandes ou nenhumas ligações, com Portugal, poderão dizer-nos o que eles sentem...!
MESTIÇAGEM de mestiço, palavra essa que soa a colonialismo, palavra que deu espaço, para ser desprezado ou desprezar, para se sentir superior ou ser inferiorizado, conforme o sítio ou o tempo...!
Porém, a abordagem deste tema leva-nos a qualquer coisa mais profundo, mais transcendental, fazendo-nos reflectir, como a influência de um povo ou de uma nação - mesmo que ela seja tão pequena, como Portugal, pode perdurar séculos, nos povos e lugares longínquos, influenciando ao longo de gerações!
Haverá quem discorde deste fenómeno, tentando dar outras explicações. Intelectuais ou pseudo intelectuais, historiadores ou pseudo historiadores terão outras opiniões. Apenas constato a realidade nua e crua! E lamento que a Nação Mãe, o nosso Portugal, qualquer que tenha sido as motivações políticas no passado, hoje, uns quase que ignoram essa riqueza espiritual, outros até se envergonham desse passado que até muitos estrangeiros o classifiquem como glorioso e que, no entanto, os nossos governantes não dão prioridade nas suas agendas...!
(AOC)

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