Monday, January 15, 2007

CALENDÁRIO DUM EMBRIÃO

CALENDÁRIO DUM EMBRIÃO

Não é só na Bíblia que nós encontramos figuras de animais, bestas e outros seres a falar. Na era moderna, os realizadores de Cinemas e os escritores põem não só os animais, mas até as plantas a falar!
- Mas é uma ficção, dirão uns.
- Outros opinarão que eles também têm a sua linguagem.
Os cientistas não têm dúvidas de que um embrião humano tem em potência, com todas as faculdades humanas.
Por isso, algures nos anos 70, pus-me a imaginar o dia-a-dia dum ser humano embrionário - CALENDÁRIO DUM EMBRIÃO -, a partir do momento que foi concebido: uns dias, umas semanas ou uns meses, pouco importam... situações felizes, outras dolorosas e não poucas dramáticas...!
Ei-lo:

1 Essa agora, mas onde é que eu estou metido, neste mar nebuloso e viscoso. Mas é tão «fofinho»! Olha que oiço barulho, vozes, umas vezes grossas, outras mais finas e delicadas, mas também umas vozes estranhas, «hão, hão» e nem pára de gritar!. Estou no ventre da minha mãe!
2 Ela nem sonha que estou cá dentro, que eu existo! Quero lá saber se sou fruto dum acontecimento casual. Acredito que a minha mãe e o meu pai me querem muito.
3 Há quem diga que eu não sou nada e que só a minha mãe existe. Estarão enganados ou fazem-se de enganados, Até deram-me um nome feio, FETO! Olha, seu espertalhão ou espertalhona, eu sou uma pessoa real, assim como uma migalha de pão é um nadinha do pão. A minha mãe existe e eu também existo! É verdade, ela nem sonha que existo dentro dela e que ela me alimenta e me faz crescer.
4 Que estranho, hoje tenho a sensação de que a minha boca está a começar a mexer-se, a abrir-se...Que giro, este líquido todo quase que me sufoca, mas vou ver se consigo ir além, mais adiante.
5 Ai, como será quando eu sair daqui? Quanto tempo mais restará?
6 Hei-de sorrir, dar gargalhadas, chorar, como eu oiço a minha mãe a falar, a gritar, a chorar... Como será ela? Magra, forte, branca, morena, negra... pouca importa, gosto dela assim como ela for.
7 Conseguirei falar como a minha mãe fala? Quando poderei dizer; ma, ma, mã, mamã ou pa, pa, pa, pa-pá!
8 Olha, olha, sinto dentro de mim mesmo bater qualquer coisa: pâp, pâp, pâp...É o meu coração! Ele bate, bate e não para, mesmo quando estou a dormir. É que vai bater para o resto da minha vida. Quantos anos viverei eu? Muitos, muitos! Só depois de muitos e muitos anos, quando o meu coração ficar cansado de bater ele há-de parar e hei-de morrer. Gostava de viver para sempre, mas...
9 Cada dia vou crescendo um bocadinho: os meus bracitos, as minhas perninhas e os pezitos já se mexem e até uns dedinhos tão pequeninos que até se mexem. Olha, consigo mover-me nesta piscina. É tão divertido! Mas faltam ainda tanto tempo, para eu estar no colo da minha mãe e nos braços de meu pai. Ele terá jeito para esta coisa tão pequenina? Quando poderei brincar com a minha mãe, pôr as minhas mãozinhas na sua boca, no seu nariz? Ela talvez me diga: oh não, não, isso não! Ai, ai, ai, que me estás a magoar. Lá chegará esse dia. Hei-de brincar com o meu papá, hei-de apanhar flores para minha mãe. Como será lá fora?
10 Hoje, a minha mãe parece agitada, nervosa; anda tão depressa, para onde irá ela? Oiço vozes de mais mulheres e parece-me que alguém está a apertar a barriga da minha Mãe. Será que ela já sabe que eu estou cá dentro? Se calhar ela pensa que sou um rapaz e se calhar até já me escolheu um nome, Vasco. Essa agora, Mamã, eu sou uma menina. Vou ser como tu, minha mãe, linda! O meu Papá vai ficar muito contente quando souber que estou cá dentro. Como será ele?
11 A Mamã anda calada, vagarosa anda, anda...para onde irá ela, não oiço voz nenhuma, uns soluços da minha Mamã...
12 Não sei o que se passa está noite ouvi gritos da Mãe, a chorar, a mexer-se! E também do meu Pai, mas que gritaria é essa. Eles estão loucos. O que é que se passa lá fora?
13 O que é isso, a minha mãe está sentada, mas, corre, corre, tão depressa e até às fezes faz pã. pã, pã...Eh! alguém está a empurrar-me, mas isto dói, está a furar o meu corpinho, olha que eu não aguento...Mãe ajuda-me que eles querem me matar, já estou cortada... ai, ai, ai...que eu morro! Tiraram-me a vida, mataram-me...

Carcavelos – Cruz Quebrada – S. Francisco Xavier, entre 1973 a 1974 e 1984 a 1986, revisto no ano 2006. (Pe António de Oliveira Colimão)

Sunday, January 14, 2007

NATAL EM ANO JUBILAR




* Neste Ano de Graça, concedido pela Santa Sé às 3 Igrejas da nossa Paróquia, temos vindo a viver com simplicidade e justo júbilo, desde o 1º dia do início, 0 V Centenário do Nascimento de S. Francisco Xavier (7-04-2006).



* Com a ajuda dos paroquianos mais empenhados, quisemos que este evento fosse também marcado, dando um ar de graça às nossas pobres instalações da Igreja Paroquial, para ajudar-nos a purificar o nosso interior.



* Anualmente celebramos a Festa do nosso Padroeiro, porém, neste ano quisemos marcar essa data de forma mais forte e dinâmica e surgiu a ideia «maluca» de se celebrar no próprio terreno da futura Igreja e, mais uma vez, os bons colaboradores de todos as idades mostraram ao mundo por onde a RTPI levou a nossa Eucaristia que temos sinais forte de uma Comunidade viva.

O nosso Bispo, o Senhor Cardeal Patriarca deu-nos a honra de presidir à Missa da Festa, que encheu a Tenda Gigante de paroquianos e devotos de S. Francisco Xavier.



* Jesus Cristo é a GRAÇA por excelência que o Pai deu à humanidade, quando o Verbo se fez carne e nasceu da Virgem Maria.

É este acontecimento que os cristãos e homens e mulheres de boa vontade celebram o verdadeiro Natal, não o Natal sem Jesus, como os grandes Meios da Comunicação nos querem impor. Ainda há muitos cristãos que sabem reagir à onda de paganismos mascarado de motivos natalícios!



* É este Menino Jesus que meses antes de nascer, ainda no ventre da Virgem Maria, talvez com duas ou mais semanas, fez saltar de alegria um outro menino, João, também no seio da sua mãe, Isabel.

Tal é força de Deus, mesmo nos nasciturnos, tal continua a ser a força da vida, que alegra tantas jovens mães que esperam dar ao mundo futuros homens e mulheres.

E mesmo em forma molecular interpela os adultos que ignorando a força da vida e endurecendo o seu coração tentam destruir a vida indefesa, mas que chora, grita e derrama o seu sangue...



* A nossa prece a Deus Menino, para que ilumine todos os seres humanos a respeitar a vida, quer ela seja embrionária, quer ela esteja no limiar de exalar o último suspiro.



Com votos de um SANTO NATAL do vosso Prior,



Pe. António Colimão