Senhor Prior,
Oiço sempre o Sr. Padre a lembrar-nos de que somos baptizados, melhor, de que recebemos a vida divina no baptismo e, por isso, devemos ser santos. Ainda nesta semana ouvi este apelo, mas tenho dificuldade de compreender, pois eu não sou muito de rezar e muito menos de ir sempre a Igreja. Além disso, tenho uma amiga que é toda metida na Igreja, reza e vai à Missa mas, na Universidade é um mau exemplo para toda a gente! Outras vezes, penso se será que a Igreja quer que seja uma Madre Teresa de Calcutá ou uma Santa Teresinha?
Poço esperar alguma resposta para esta católica não muito assídua, mas que não me sinto «NÃO PRATICANTE»,
Juliana
Viva Juliana,
Fico satisfeito de saber que o apelo que faço a santidade de vida faz algum eco nas pessoas e acho que não faço senão a minha obrigação de cristão e sacerdote, isto e, de interpelar a mim mesmo e os outros para a santidade, pois Jesus deu-nos esta nova vida e quer que nós a vivamos, neste e mundo, e um dia na Gloria do Pai.
Mas, Juliana, na tua cartinha dizes algumas coisas que eu gostaria sublinhar. Parabéns por não ser “não praticante”, pois, alguns até se orgulham desse estatuto. Ter alguma vida cristã já é alguma coisa, quase uma pitada desse grãozinho da semente da mostarda de que nos falou Jesus, há semanas, e, pouco a pouco, irás sentir a necessidade de crescer na intimidade de Deus. Sabes Juliana já estás no caminho da santidade! Andas ainda a gatinhar ou mesmo rastejar…! Como sabes, para gatinhar é necessário força e para rastejar também precisa de um chão que ajude a deslizar. Tudo isso se consegue na ORACÃO que é muito mais do que papaguear frases, mas sim deixar que Cristo tome posse do teu coração e um dia, de certeza, que dirás como S. Paulo “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. Juliana já ouvistes e até cantastes essa canção do Pe Zézinho: “Um dia uma criança”? Que as tantas o refrão nos faz cantar: “Amar, como Jesus amou, sonhar, como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu!”. Ser santo (a) é imitar Jesus, é deixar que Ele faça parte de mim mesmo (a). Não posso ter uma vida ligado a Deus, enquanto rezo ou estou numa Igreja ou em qualquer parte, e uma outra, em que Deus não tem lugar na minha vida. Só isso e não tem de ser uma Beata Teresa de Calcutá ou uma Santa Teresinha. Elas e eles, são exemplos para nós caminharmos, com Jesus, não nos esquecendo dos irmãos que nos rodeiam. Elas conseguiram, porque não nós? Força Juliana!
Tenho pena de teres um mau exemplo nessa tua amiga, “toda metida na Igreja…”, mas que é um péssimo exemplo de cristã.. Alto lá, Juliana! É certo que atitude da sua amiga é censurável, por isso, se és amiga dela, deves ajudá-la . Também é bom termos presente que, se calhar, ela vive uma luta interior que nós não conhecemos, sendo talvez esta a razão porque ela continua «metida na Igreja, reza e celebra a Eucaristia», pois há almas que fazem tudo isso e não conseguem mostrar a pureza da vida cristã, nas suas acções diárias, mas continuam a lutar. Por isso, antes de mais, tu e eu devemos rezar por ela.
O Prior.
Wednesday, November 28, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment